quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não retire o ladrar de um cão, o miado de um gato etc...



E isso, é algo bem característico né não?!

O ser humano tem um dom do "poder", um dom de querer "comandar" os demais, achando-se o rei da cocada preta! Porque ele tem o dom de dar valor as coisas, de defini-las, de lhe atribuir nomes. Sim, pois só o ser humano é capaz de pensar.

Por exemplo, de acordo com a vivência e experiência de cada pessoa, ela irá atribuir para sua vida, dando nomes as coisas, como: isso é chato, isso é ruim, isso me deixa feliz, aquilo não me atrai, aquilo me repugna, aquilo é apavorante!

Enquanto que, para outras pessoas, aquilo que é ruim, pode ser prazeroso para mim.



É bem mais complexo do que essa meio que SUPER RESUMIDA explicação.

Quando alguém conquista tudo o que queria, pode passar a viver de uma forma vazia, precisando testar sua vida constantemente, saber que ainda está vivo! Ativo! Porque aquilo que até então buscou arduamente já o conquistou, deparando-se com um vazio, muito parecido com uma sensação de estar morto, como um zumbi. Pois não há movimentação na sua vida.

Por sermos seres sensíveis, e imperfeitos, o que nos move, reflita bem. São nossas emoções. Retire isso, e você estará "morto".
São elas quem nos faz buscar, quem nos faz seguir, recuar, mudar de caminho, e estar sempre em ação. Querer a perfeição é quase que um pecado a si e ao mundo, é retirar aquilo que temos de mais natural e belo, é nos tirar o direito de viver.

Retire o ladrar de um cão, o rugido de um urso, o uivar de um lobo... A fotossíntese dos vegetais etc. ... E você, estará retirando o TUDO deste SER. Estará o matando e apenas satisfazendo sua necessidade em não saber lidar com o outro.

Fico as vezes, surpresa, quando as pessoas saem de casa, e se deparam com as folhas na calçada e logo dizem: QUE SUJEIRA!!!
Mas, espera ai! Este mundo é de quem afinal? É de todos. Todos tem o direito de vivenciar o outono e deixar as folhas caírem, essa é uma lei da natureza.

O que estamos tentando ser? Deuses? Perfeitos? Desculpe dizer, mas NUNCA seremos perfeitos. Não existe a perfeição. E talvez, precisamos aceitar isso. E quando digo aceitar, não é comodismo, não é sentar e deixar como está, nem concordar. É não lutar contra a própria natureza das coisas, a sua essência.

Mesmo numa família, há quem ladre, quem morda... E, muitas delas, continuam e prosseguem, porque não podemos ser assim, com os outros, e não somente com nossa família? "Porque está teremos que aturá-la mesmo assim?"
Porque não respeitar o ladrar do outro?



“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro” (Clarice Lispector)

E, muito cuidado, muitas vezes, colocamos no outro expectativas de perfeição, que o outro se frustra, por nunca conseguir alcançar esse devido ideal particular. Aceite também. Quando você tiver vontade de "ladrar" e ninguém estiver "apto" a te "ouvir" você irá entender quando você também não está "apto" à "ouvir" os demais.

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